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A relação do desmatamento e o aumento da dengue

02 / 04 / 2024 Pelo Mundo

Atualmente o Brasil enfrenta a maior epidemia de dengue da sua história, com mais de 2,3 milhões de casos prováveis da doença registrados até o fim de março de 2024, superando 2015, até então o ano com maior número de casos da virose, com 1,68 milhões confirmações.

Alguns fatores contribuem para a explosão de casos e o aumento exponencial do número de infectados, como:

  • Verão com temperaturas acima do normal;

  • Estação chuvosa e efeitos do El Niño no Brasil, que favorece a chuva excessiva em estados do Sul;

  • Baixo investimento em prevenção nos últimos anos;

  • Falta de saneamento básico e ocupações urbanas irregulares;

  • Aumento do desmatamento em várias regiões do país.

A dengue é classificada como uma zoonose tropical, ou seja, uma enfermidade que é transmitida de um animal para humanos e que se concentra em zonas tropicais e com volumes regulares de chuva. Com o avanço das mudanças climáticas o clima quente e úmido vem se tornando mais frequente se comparado com anos passados, o que beneficia o mosquito Aedes aegyti e outros insetos que desenvolvem-se bem em temperaturas mais altas.

Uma pesquisa publicada em 2023 por pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA) demonstrou que o aquecimento global deve favorecer ainda mais o transmissor da dengue, zika e chikungunya. Demonstrações preveem um aumento de 20% dos casos das doenças nos próximos 30 anos, devido às mudanças climáticas. O aumento da temperatura média global também amplia a área de ocorrência do mosquito que tende a avançar ainda mais sobre o sul da América do Sul e da Europa, áreas antes com presença restrita do inseto por conta do clima ameno.

Entretanto outros dados e fatores chamam a atenção para a expansão da dengue. Atualmente pesquisadores também correlacionam a perda de áreas verdes como um fator favorável para a infecção aumentar o número de casos. Quanto maior a cobertura vegetal, menor o número de casos de dengue e das demais doenças transmitidas por mosquitos.

A temperatura é um fator fundamental para a proliferação dos agentes transmissores, particularmente o Aedes aegyti encontra o seu ideal ecológico em temperaturas entre 18° e 33°C, o que pode ser facilmente encontrado em centros urbanos e suas bolhas de calor, mas parques e praças arborizadas podem reduzir a temperatura em até 4 graus, o que diminui a presença do mosquito.

Áreas preservadas e com grande número de árvores atraem uma maior diversidade de pássaros que predam o Aedes e outras espécies de mosquitos que podem competir com o transmissor da dengue por recursos. Corredores verdes, parques urbanos possuem um papel fundamental no combate à dengue, pois o mosquito não lida bem com a biodiversidade local e com a presença de predadores e outras espécies de mosquitos que competem pelo mesmo nicho.

 

Referências:

Dengue: a 'tempestade perfeita' que explica explosão de casos no Brasil - BBC News Brasil

Invasion of Tropical Montane Cities by Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) Depends on Continuous Warm Winters and Suitable Urban Biotopes | Journal of Medical Entomology | Oxford Academic (oup.com)

Long-term projections of the impacts of warming temperatures on Zika and dengue risk in four Brazilian cities using a temperature-dependent basic reproduction number | PLOS Neglected Tropical Diseases

Mudanças climáticas devem aumentar transmissões de zika e dengue - Notícias ambientais (mongabay.com)

Mudanças climáticas, anomalias térmicas e a recente progressão da dengue no Brasil | Relatórios Científicos (nature.com)

 

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