Quantos pares de calçados você tem? Quando foi a última vez que comprou um sapato, tênis, bota ou sandália? E qual será o impacto ambiental da produção destes calçados no meio ambiente?

É provável que você saiba responder facilmente às duas primeiras perguntas, que tratam sobre seus hábitos de compra, mas dificilmente saberá responder sobre as emissões de gases de efeito estufa no processo de fabricação de calçados.

Dados mostram a relevância do setor da moda e calçados nas emissões mundiais de gases de efeito estufa. Cerca de 8% de todos os gases emitidos em 2019 estavam relacionados com a produção de peças de vestuário ou calçados. Cada par de sapatos emite cerca de 14 kg de CO2 para ser fabricado se considerarmos toda a cadeia produtiva dos calçados.

A indústria calçadista brasileira é uma das mais renomadas do mundo, produzindo cerca de 800 milhões de pares e movimentando 6 bilhões de dólares ao ano. Além disso, o setor emprega mais de 350 mil pessoas, somente no Brasil. A maior parte da produção brasileira é exportada (85%) e precisa se adequar aos mais exigentes mercados, como Estados Unidos e Europa, mas não apenas no quesito qualidade e conforto, mas também às normas ESG.

Cada vez mais comum, esse conceito também chegou com força na produção de calçados, que desde o início dos anos 2000 passou a olhar o tema da sustentabilidade como um diferencial competitivo e como forma de agregar valor aos seus produtos. Atualmente, a produção brasileira é a que menos emite gás carbônico no mundo, conforme a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, também vale destacar que 26% das indústrias buscaram alternativas para materiais não-renováveis e 25% de toda a água e resíduos das operações são tratados.

A adoção de programas de sustentabilidade e critérios de ESG na produção do calçado, seja nas fábricas ou na sua rede de fornecimento, é relevante do ponto de vista comercial, pois compradores internacionais tendem a dar preferência para marcas que tenham práticas relacionadas à sustentabilidade ou certificações ambientais.

A tendência para o comportamento do consumidor será questionar sobre qual o real impacto ambiental do seu consumo e isso refletirá diretamente nos bens de consumo do dia a dia, como roupas, sapatos e eletrônicos. Essas são as indústrias que serão cobradas primeiramente pelos usuários e o primeiro passo exigirá uma mudança para uma economia e produção de baixo carbono.

https://envolverde.com.br/industria-calcadista-brasileira-tem-a-menor-emissao-de-co2-em-sua-producao-no-mundo/

https://www.modefica.com.br/moda-mudancas-climaticas/

https://runrepeat.com/eco-sneakers-research