Já falamos em matérias passadas sobre o cenário brasileiro no tratamento de esgotos e resíduos.

Hoje, no Brasil, a geração de resíduos sólidos urbanos é de e 81,8 milhões de toneladas, e cada brasileiro produziu, em média, 1,043 kg de resíduos por dia/kg, conforme o panorama de resíduos sólidos do Brasil de 2022. Desse número, apenas 60,5% recebem a destinação adequada.

Ou seja:

Mais de 30 milhões de toneladas de resíduos são descartadas incorretamente.

Já quando falamos sobre os efluentes, quase 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgotos. São 44,2% da população brasileira que convive com o descarte incorreto de efluentes, isso equivale a mais de 1.9 milhões de piscinas olímpicas (de 1.890.000 litros) de esgoto descartado sem tratamento.

Todo esse volume de resíduos e esgotos não tratados causam uma enorme contaminação ambiental ao meio ambiente, que podemos dividir em 3 grandes categorias:

1. Contaminação ambiental – é a contaminação ocasionada pelo descarte incorreto de resíduos e materiais diretamente no meio ambiente, em lixões a céu aberto, rios e córregos. Estamos falando do descarte de garrafas plásticas, latinhas de alumínio, papeis, vidros, metais, madeiras e qualquer outro resíduo sólido. Geralmente esses materiais são inertes (não causam contaminação química ou biológica em contato com as condições climáticas) e suas principais consequências são o perigo desses materiais entupirem redes de coleta de esgoto e causarem enchentes e a ingestão de resíduos por animais, que confundem com alimentos, principalmente no ecossistema marinho.
2. Contaminação química – ocasionada principalmente pelo descarte de efluentes industriais e domésticos não tratados e descarte de resíduos diretamente em contato com o solo e expostos a chuvas. Com o tempo, esses resíduos passam por processos de decomposição e liberam componentes químicos pesados e que podem causar sérias consequências aos animais, plantas e ao ser humano. As principais substâncias presentes e que alteram a qualidade da água e solo são o fósforo, nitrogênio, chumbo, metais pesados, medicamentos e agrotóxicos.
3. Contaminação biológica – tem como as principais causas o descarte irregular de resíduos orgânicos e esgoto doméstico não tratado. A elevada carga orgânica despejada no solo e nas águas causam sérios problemas, como a eutrofização (processo no qual corpos d’água acabam adquirindo uma coloração turva ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água). Além da carga orgânica como poluente, ficamos expostos a coliformes fecais e a diferentes tipos de vírus, bactérias e fungos que podem causar doenças.

A prevenção da contaminação ambiental pelo descarte de resíduos e efluentes passa diretamente pelo investimento público e privado em saneamento básico. No Brasil, temos em vigor o Marco do Saneamento Básico (Lei Federal 14.026/2020), que pretende universalizar o acesso de água potável e coleta e tratamento de esgoto no Brasil até 2033.

https://tratabrasil.org.br/

https://abrelpe.org.br/download-panorama-2022/

https://tratamentodeagua.com.br/artigo/industrias-descartam-seus-efluentes-de-forma-incorreta-na-natureza/

https://www.gov.br/ana/pt-br/assuntos/saneamento-basico/novo-marco-legal-do-saneamento