As fontes renováveis de energia vêm crescendo ano a ano em todo o mundo, seja por sustentabilidade, redução de custos ou pressão do mercado. Da mesma forma, a demanda por energia só aumenta. Sabemos que suprir essa necessidade apenas com fontes não renováveis, como os combustíveis fósseis, não será viável.

O Brasil atravessa o período de maior desequilíbrio hídrico dos últimos 90 anos, resultando em menos chuvas, rios com níveis baixos e hidrelétricas com seus lagos secando e, consequentemente, produzindo menos energia. Atualmente, 48% da energia produzida no Brasil vem diretamente de fontes renováveis e sustentáveis e mais de 80% desse percentual é representado por hidrelétricas, o que nos coloca em sério risco ao olhar para o céu e não ver nenhuma nuvem se aproximando.

A matriz energética brasileira é uma das mais renováveis do mundo. No extremo oposto estão países como Rússia, África do Sul, Índia e China, todos tendo mais de 87% de energia oriunda de fontes fósseis como petróleo, carvão e gás natural. E a tendência é o aumento da demanda de energia para países em desenvolvimento até 2050. 

Temos dois grandes desafios até lá:

1. Aumentar a capacidade instalada de energia elétrica e garantir distribuição para 2 bilhões de pessoas no mundo que não possuem fornecimento de energia ou o acesso não é seguro;
2. Realizar a transição energética para uma matriz renovável.

O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de energia renovável do mundo, seja pela sua dimensão continental distribuída próxima à linha do Equador e com grande incidência solar, pelas regiões litorâneas com potencial eólico e pela capacidade de geração de energia pela biomassa. Esses três tipos de energia deverão ser a principal aposta de nosso país para atingir 100% de sua energia renovável em um futuro próximo.

Acordos internacionais, como o de Paris de 2015, colocam em xeque a continuidade de uso de petróleo e outras fontes fósseis para a neutralidade de emissões em 2050. Conforme compromissos assumidos pelo governo federal do Brasil em 2021, a participação de energias renováveis no Brasil deve ser de 80% em 2030 e acima de 85% em 2050.

Todas as fontes de energia são sazonais, em maior ou menor intensidade. As energias renováveis, por sua natureza, são de dois extremos: produzem muita energia em determinados períodos ou não geram quantidade suficiente para atender a demanda. Seja por regimes de chuvas, intensidade de ventos, produção agrícola, fenômenos climáticos, por isso é fundamental que a capacidade instalada seja sempre maior que a demanda do sistema.

O ano de 2021 ficará marcado como o ano em que nossas represas atingiram o menor volume da história e nossa segurança elétrica ficou em risco. Esse modelo de geração é datado e extremamente inseguro, frente ao cenário de mudanças climáticas. Para garantir um constante crescimento e segurança na geração, as apostas devem ser as outras fontes que dependem menos de fatores climáticos como a chuva. Nesse sentido, energia eólica e fotovoltaica, se desenham como a melhor alternativa para o suprimento de energia elétrica no futuro próximo.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-43744876

https://www.gov.br/pt-br/noticias/energia-minerais-e-combustiveis/2021/08/energia-renovavel-chega-a-quase-50-da-matriz-eletrica-brasileira-1

https://revistapesquisa.fapesp.br/energia-do-calor-do-sol/