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Como se formam as nuvens de gafanhotos e qual a ameaça que nos causam?

14 / 07 / 2020 Fique por Dentro

Nas últimas semanas temos recebido uma enxurrada de notícias sobre uma nuvem de gafanhotos que está se deslocando da Argentina rumo para a fronteira com o Uruguai e Brasil, no estado do Rio Grande do Sul.

Esses deslocamentos em grandes quantidades são típicos desse inseto e podem trazer graves problemas para a agricultura. Calcula-se que a nuvem tenha mais de 40 milhões de insetos por quilômetro quadrado.

Como se formam essas nuvens de gafanhotos?

Na maior parte do tempo os gafanhotos são animais solitários e não formam bandos, mas a situação muda quando existem condições adversas, como falta de alimento. Nesses casos há mudança de liberação de substâncias químicas no seu cérebro que o torna mais propenso ao hábito gregário (de viver em bando).

Isso acontece ainda no processo de ninfa (fase em que não possui asas), os insetos se aglomeram e passam a se deslocar por grandes distâncias. O grande número de indivíduos fornece mais proteção a eles.

Já na fase alada eles podem voar em busca de comida para regiões mais afastadas e se na fase adulta a condição climática ajudar, a população explode. Calcula-se que cada fêmea possa colocar de 80 a 120 ovos escondidos na terra.

Devemos acabar com os insetos?

Pode parecer a primeira ideia que vem à cabeça nessas situações, eliminar os gafanhotos e acabar com a praga. Mas não é melhor saída, pois ao gafanhotos são de grande importância para o equilíbrio dos ecossistemas, além de não transmitirem nenhuma doença ao homem.

Servem como cicladores de nutrientes ao comer até metade do seu peso por dia, toda essa energia produzida entra no ecossistema, novas folhas nascem, os insetos servem de alimentos para pássaros e outros predadores.

Calcula-se que haja mais de 7.000 espécies de gafanhotos no mundo, cerca de 4.000 vivem no Brasil e apenas 20 causam movimentos migratórios, mas em nosso território apesar de ocorrer, são episódios pontuais, tendo acontecido nos anos 1940, 1980 e em 2017.

O movimento migratório para busca de alimento é natural e comum na espécie Schistocerca cancellata, que é a principal espécie componente da nuvem.

O que pode aumentar a incidência da nuvens?

O desequilíbrio ambiental provocado pelo homem é a maior causa de pragas como as nuvens de gafanhotos. O uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas, a eliminação de predadores naturais e as mudanças climáticas contribuem muito para o aumento da frequência dessas ondas de insetos.

São animais que apreciam extremos climáticos, períodos quentes e de pouco chuva, exatamente o cenário desenhado pelo aquecimento global. Por enquanto ganhamos um tempo, pois a chuva e o tempo frio limita o deslocamento dos gafanhotos, a nuvem naturalmente se dispersa e os predadores atacam os animais.

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