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Produção sustentável de alimentos: como produzir sem prejudicar a natureza?

28 / 10 / 2021 Fique por Dentro

No mês de setembro, a ONU levantou a discussão de como acabar com a fome até 2030, baseado em dietas equilibradas e uma produção sustentável. A distribuição de alimentos, que já era desigual no mundo, ganhou ares mais apreensivos com a pandemia de Covid-19, a qual aumentou a desigualdade no acesso de alimentos, principalmente para as populações vulneráveis e de baixa renda.

E o desafio será cada vez maior à medida que a população mundial aumenta. Projeções apontam que em 2050 a população mundial será de 10 bilhões e a produção de alimentos terá que aumentar 70%, se comparado com a produção de alimentos de 2012.

A pressão pela produção de alimentos tem um custo ambiental direto. Mesmo países com rígidas legislações ambientais estão passíveis da conversão de áreas de vegetação nativa em áreas agrícolas. E para aqueles países cuja legislação ambiental não é reforçada, a forma mais fácil e barata de aumentar a produção de alimentos acaba sendo a conversão das terras nativas em pastagem. No Brasil, por exemplo, essa pressão vem ocorrendo em áreas da Amazônia e do Cerrado, os biomas mais ameaçados pelo avanço da fronteira agropecuária.

 

Para produzir mais alimentos é necessário usar mais áreas de terra?

Não necessariamente, é possível produzir mais utilizando a mesma quantidade de áreas agricultáveis ou utilizando áreas degradadas e abandonadas após o cultivo de outras culturas. Vejamos o caso do Brasil que possui duas vezes mais terras abandonadas pela pecuária do que áreas com produção agrícola.

No Brasil, 119 milhões de hectares de pasto, apresentam algum grau intermediário ou alto de degradação, sendo inapropriados para a produção de carne, isso corresponde a 14% do território nacional, uma grande faixa de terra que está abandonada e sem uso. Já a área utilizada pela agricultura corresponde a 66,4 milhões de hectares, quase metade da área abandonada por pastos inutilizados, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

No mundo, são estimadas 2 milhões de mortes por ano apenas pelo consumo abaixo do recomendado de frutas e 1,5 milhão de mortes pelo baixo consumo de vegetais. Em contrapartida, são conhecidas cerca de 300.000 espécies de plantas comestíveis, denominadas como PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), as quais seguem inexploradas. Dentre elas, nossa alimentação ainda é baseada apenas em 200, o que corresponde a 0,06% de toda a diversidade que possuímos.

Uma alternativa para o aumento da produção de alimentos sem prejudicar a natureza é intensificar a agricultura usando as mesmas terras, sem o avanço para áreas de florestas nativas. Entretanto, quando feito de fora dos padrões de sustentabilidade, existe o risco de contaminações ambientais por agrotóxicos, perda de biodiversidade e solos pobres.

Para chegarmos a 2050 desfrutando de uma alimentação saudável e equilibrada, tanto do ponto de vista nutricional, como ambiental, é necessário transformar a produção de alimentos com investimento em tecnologias, incentivo a recuperação de terras degradadas, exploração de novas espécies de plantas e incentivo ao consórcio de culturas.

 

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2021/10/como-aumentar-producao-de-alimentos-sem-prejudicar-natureza-e-saude.html

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2012/01/20/interna_ciencia_saude,287022/especialistas-sugerem-medidas-para-producao-alimentar-sem-danos-a-natureza.shtml

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150811_plantas_consumo_fn


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