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O esgoto pode representar até 30% da vazão de água dos rios.

09 / 03 / 2020 Fique por Dentro

Você já se perguntou como lidaremos com a falta de tratamento de esgotos no Brasil?

O termo esgoto designa todas as águas provenientes de limpeza e de uso sanitário, ou seja, toda indústria, serviço ou residência possui a geração de esgoto. Em 2018 tínhamos apenas 45% do esgoto coletado e tratado em nosso país, ou seja, cerca de 5,2 bilhões de metros cúbicos por ano ou quase 6 mil piscinas olímpicas de esgoto por dia, conforme dados do Instituto Trata Brasil.

Todo esse esgoto tratado (ou não) será lançado em rios, arroios e outros corpos hídricos. Mais de 100 milhões de pessoas têm os seus dejetos lançados diretamente sem nenhum tratamento.

Esses são os números que retrataram a realidade do nosso país:

  • Mais de 53% da população não tem acesso à coleta de esgotos.
  • Somente 21 municípios das 100 maiores cidades do país tratam mais de 80% dos esgotos.
  • O centro oeste é a região que mais trata o esgoto coletado com índices superiores a 53,8%.
  • A região sul trata apenas 45% de todo o efluente sanitário coletado.

A geração e tratamento do esgoto está diretamente ligado ao fornecimento de água e saneamento básico para a população, pois estima-se que 80% do volume de água tratada consumida volta como efluente sanitário e corresponde por volume substancial da vazão de rios e arroios.

A Organização das Nações Unidas (ONU) preconiza que as necessidades diárias de cada pessoa são atendidas com 120 litros por dia. No Brasil consumimos 154,9 litros por habitante ao dia, conforme dados do Painel Brasil Saneamento, quase 30% além do recomendado.

Na região metropolitana de Porto Alegre, de acordo com dados de 2018, mais de 93% da população recebe água tratada em casa, sendo que nas regiões urbanas esse índice sobe para 96%. Estudo realizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), indica que em 2016, 83,3% da população brasileira era abastecida com água potável, o que quer dizer que os outros 16,7%, ou 35 milhões de brasileiros, ainda não tinham acesso ao serviço.

Ou seja, conseguimos atender em maior número o fornecimento de água potável do que a coleta e tratamento de esgoto, que voltará ao manancial para ser tratado e oferecido para a população.

Em épocas de seca o não tratamento de esgotos agrava o problema de tratamento de água, pois a quantidade de esgoto lançada representa até 30% do volume de rios brasileiros.

Estudos do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, indicam que a vazão do Rio dos Sinos passa de 71 m³/s para 2,9 m³/s em épocas de estiagem, uma redução de mais de 90% no volume normal de água. A região abriga mais de 1.000.000 de habitantes, e a geração de esgoto chega a quase 1m³/s ao longo da bacia hidrográfica, correspondendo a mais de 30% de toda a água corrente no leito do rio, onde menos de 5% é tratado.

Caso muito semelhante aconteceu no Rio Bauru, no estado de São Paulo, que teve o seu esgoto interceptado para tratamento. A vazão caiu de 6 m³/s para pouco mais de 1 m³/s, o que representa uma queda superior a 80% em todo o volume corrente no leito do corpo hídrico.

A melhora da qualidade das águas, através do tratamento de esgoto, reflete diretamente nos ecossistemas com a restauração de habitats para fauna e flora, melhora o saneamento básico, previne a transmissão de doenças e fornece proteção contra inundações.

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