Quando pensamos nos problemas mais graves que enfrentamos hoje em relação ao meio ambiente, com certeza o desmatamento está entre as principais questões a serem resolvidas. No Brasil, as taxas de desmatamento e a crescente ocorrências de secas extremas e queimadas tem denunciado um complexo quadro. É por isso que hoje vamos falar sobre desmatamento e por que ele está entre os principais problemas ambientais que atingem o planeta hoje.

De 2004 até agora

Em 2019, o desmatamento no Brasil aumentou novamente. Da mesma forma, secas extremas e incêndios florestais de grandes proporções, geralmente ligados à prática, também têm se tornado cada vez mais comuns, trazendo consequências como o aumento de doenças respiratórias, a ameaça a plantações e o aumento das chances de novas queimadas em florestas.

Com altos números de desmatamento até 2004, o país viu suas taxas diminuírem significativamente de 2005 a 2012, época em as queimadas florestais também diminuíram. O problema é que nos últimos anos o desmate aumentou novamente, trazendo as chamas de volta e influenciando a vida de diversas pessoas, tanto no campo quanto na cidade, além de ligar novamente um alerta sobre os perigos a que estamos submetendo o meio ambiente.

Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, entre agosto de 2012 e julho de 2013 o desmatamento aumentou 92%, chegando a 2 007 km². Essa foi a primeira vez desde 2004 que houve um aumento do "corte raso" (processo em que eliminação da mata é feita com o uso de correntes que arrancam a árvore pela raiz). Além disso, em 2012 o desmatamento, que até então era mais forte na região da Amazônia Legal, alcançou também o sul do Amazonas e o noroeste do Pará, estados que vem liderando o ranking do desmatamento no último ano (2018/2019).

Impacto de desastres ambientais no planeta

O próprio nome já diz, mas desastres ambientais são sempre prejudiciais para o meio ambiente. Isso porque ações como o desmatamento, seguidas de consequências como as queimadas, causam problemas muitas vezes irreversíveis e que, quando reversíveis, geram gastos e consequências graves para os envolvidos. E, no fim, tanto as pessoas quanto a natureza perdem. É por isso que pensar em desastres ambientais sempre deve ser feito na linha da prevenção, buscando formas de evitar que esse tipo de situação acontece.

Ou seja: não basta pensar em soluções, é preciso deixar de desmatar. No Amazonas, estado que até 2012 estava fora do arco do desmatamento, o desflorestamento cresceu 223%, com mais de 270 km² de área desmatada. De 2012 a 2013, esse aumento foi de 102% no Mato Grosso e de 91% no Pará.

Ainda segundo o Imazon, em janeiro de 2015, 389 km² de mata foram alteradas. Desses, 288 km² sofreram degradação a partir do chamado "corte raso", que já explicamos anteriormente. Ou seja: o problema é gigante.

Desmatamento aumenta a incidência de queimadas

De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o nosso país vive a maior onda de queimadas dos últimos cinco anos. Até o início de agosto de 2019, foram 71.497 focos de incêndio, 82% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Para o instituto, há um forte indicativo do motivo desses incêndios: a limpeza das áreas desmatadas.

Um bom exemplo é a situação atual do estado de Rondônia, que desde o fim de julho desse ano sofre com as consequências do desmatamento. Com um percentual de aumento de queimadas disparado em 190% a mais do que o ano passado, o estado presencia atualmente seu céu encoberto por fumaça, ameaçando a qualidade do ar e a saúde da população local. De acordo com imagens feitas pela Nasa ao longo de todo o mês de agosto, a fumaça formou um corredor sobre a Amazônia e já se espalha pelo Brasil. 

Ou seja: o desmatamento traz muito mais consequências do que o desmate em si. Pessoas são impactadas, natureza é destruída, queimadas acontecem e doenças se espalham. É verdade que o desenvolvimento deve ocorrer, e é importante que ele ocorra. Mas a ética ambiental pede que empresas e instituições busquem cada vez mais que esse crescimento ocorra de forma amigável e de mãos dadas com o meio ambiente. Afinal, o planeta é nossa casa, e precisamos dele para continuarmos vivendo.

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