Energia elétrica ou etanol: o que é mais sustentável para a mobilidade?
03 / 08 / 2022 CuriosidadesDiariamente se vêem debates e notícias sobre o futuro da mobilidade e da necessidade de uma economia de baixo carbono. Seja pela finitude do petróleo ou pelo combate às mudanças climáticas. Esse é um cenário que se desenha cada vez mais próximo.
Alguns países já possuem incentivos fiscais e econômicos para a compra de carros elétricos. Na Europa, ocorreu o crescimento da venda de carros elétricos (100% elétricos ou híbridos), passando da casa dos 70%, se comparados ao ano de 2021. Nessa mesma linha, países do velho mundo assinaram compromissos de não vender mais carros à combustão a partir de 2035.
Mas o etanol. Como fica nessa história?
O etanol é um biocombustível que pode ser produzido a partir de várias plantas, como a soja, o milho ou a cana-de-açúcar. No Brasil, a cana é a cultura que lidera a produção de etanol, abastecendo milhões de veículos e incorporando 27% da gasolina comum. O Brasil foi pioneiro na busca por combustíveis fósseis, com a criação do Proálcool, na década de 1970 e que buscava uma alternativa à crise do petróleo da época. Embora cada litro de etanol emita 1.45 kg de carbono, todo esse gás é absorvido anteriormente no ciclo vegetativo da planta, o que podemos chamar de combustível limpo ou neutro em emissões.
Veículos elétricos são mais sustentáveis que os movidos a etanol?
Essa conta depende da matriz energética que é usada para a produção de energia elétrica. No Brasil, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 83% da eletricidade gerada no país vem de fontes renováveis, seja ela hidrelétrica, solar, eólica ou de biomassa. Dessa forma, a geração elétrica brasileira pode ser considerada uma das mais limpas do mundo.
Se formos considerar apenas as emissões de gases de efeito estufa, a matriz energética precisaria ser 100% renovável para ser tão limpa quanto o etanol. No caso do Brasil, carros elétricos ainda emitem mais poluentes do que aqueles que usam álcool como fonte de combustão. Entretanto, a análise precisa ser mais profunda, uma vez que carros elétricos ou híbridos possuem grandes baterias para armazenar eletricidade e garantir maior autonomia. Na maioria das vezes, essas são produzidas à base de minérios, que podem causar impactos ambientais caso não sejam descartadas corretamente.
Uma alternativa energética não exclui a outra, do ponto de vista tecnológico. Carros movidos a etanol necessitam de menos engenharia e tecnologia acoplada, além de serem uma realidade na maioria dos carros nacionais. Mas a mudança para a eletrificação das frotas é um caminho sem volta, ambas as alternativas devem e irão coexistir em um processo de menor dependência do petróleo e menos impacto ambiental.
https://insideevs.uol.com.br/news/569756/carros-eletricos-vendas-europa-janeiro/
https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
https://ghgprotocol.org/sites/default/files/standards/ghg_protocol_portuguese.pdf