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Fumaça de incêndios florestais pode ser rota de disseminação de doenças infecciosas

13 / 01 / 2021 Fique por Dentro

O ano de 2020 foi muito marcante pela pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus – SARS Cov 2.

A origem do vírus ainda é desconhecida pela ciência, mas sabemos com certeza que é um vírus silvestre que sofreu mutação e passou a infectar o ser humano. Isso ressalta os dados de que 75% das doenças infecciosas recentes têm origem de animais, domésticos ou silvestres.

Mas a contaminação que sempre se imaginou ocorrer pelo contato com esses animais pode ganhar novo meio de disseminação. Um artigo publicado na revista Science, lança luz sobre a possibilidade de potencias agentes causadores de doenças serem espalhados por fumaça de incêndios florestais.

Nesse ano, tivemos um vasto histórico de queimadas em larga escala. Da Austrália até Califórnia, do Cerrado à Amazônia, todos esses locais e biomas foram brutalmente queimados e quantidades inimagináveis de fumaça foi lançada pelos ares. Até agora, sempre se pensou que o grande perigo da fumaça oriunda de incêndios fosse a fuligem e o material particulado que é carregado para longas distâncias e que pode causar variados problemas respiratórios e até fechar aeroportos.

Mas esse artigo analisou o que mais é carregado pela fumaça, vários microrganismos de solo foram encontrados em amostras de fumaça, muito longe dos focos de incêndio. Os cientistas conseguiram encontrar bactérias em abundância 300 metros acima do fogo, mais de 60% das amostras eram viáveis e poderiam se multiplicar. Uma das hipóteses é que as partículas presentes na fumaça protegem os microrganismos da radiação ultravioleta, o que seria mortal para eles.

Usando técnicas específicas, os pesquisadores conseguiram capturar mais de 900 tipos de bactérias e 100 tipos de fungos, muitos deles reconhecidamente como nocivos à saúde humana.

Já era de conhecimento que em tempestades de areia ou em furacões, a disseminação de microrganismos pode se dar em distâncias muito longas, mas em nuvens de fumaça ainda não temos ideia de qual é o potencial de deslocamento desses patógenos, mais pesquisas são necessárias para entendermos o comportamento de transporte de fungos e bactérias em nuvens de fumaça.

Isso pode explicar padrões fora do comum para a ocorrência por diferentes tipos de bactérias ou fungos, muitas vezes restritos a pequenas localidades ou biomas específicos. Contaminações respiratórias ou mesmo asma podem ser frutos de microrganismos que viajaram quilômetros e quilômetros, oriundos de um foco de queimada.

Nesse ano, nuvens de fumaça que se originaram nas queimadas da Austrália cruzaram o mundo e chegaram do outro lado do globo, na América do Sul.

Será que microrganismos podem se manter ativos e com potencial de infecção viajando vários dias em nuvens de fumaça? Mais do que nunca, fica claro que temos mais um motivo para combater as queimadas florestais.

Fontes:

https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/12/23/fumaca-de-incendios-florestais-pode-ser-nova-rota-de-disseminacao-de-doencas-infecciosas.ghtml

https://www.bbc.com/portuguese/geral-55390386

https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/23/75percent-das-doencas-infecciosas-emergentes-que-afetam-o-homem-vieram-de-animais-diz-brasileira-que-estuda-relacao-entre-epidemias-e-desmatamento-das-florestas.ghtml


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