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Mudanças climáticas e saúde humana: quais serão os impactos futuros?

16 / 09 / 2021 Fique por Dentro

Recentemente, o relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) foi divulgado pela Organização das Nações Unidas. O documento consta com resultados da análise de 14 mil artigos feita por milhares de cientistas do mundo inteiro. Dados evidenciaram o aumento médio de 1,1°C da temperatura global, a qual deverá alcançar 1,5°C a mais que a média histórica. Por mais que as consequências das mudanças climáticas já sejam conhecidas, muitos ainda não reconhecem os impactos alarmantes sobre a saúde humana causadas por elas.

Entenda como perceberemos esses impactos:

  • Desnutrição e desidratação

Uma das maiores consequências para a população humana será o impacto no fornecimento de alimentos e água potável, uma vez que os regimes de chuva serão severamente alterados com o crescente aumento da temperatura. Lavouras passarão a produzir menos alimento e mais de 80% da população do mundo enfrentará insegurança hídrica, se a temperatura aumentar 2°C.

Para cada grau que o planeta aquece, a pesca marinha diminui mais de 3%, a produção de arroz cai 3,2%, o trigo deixa de produzir 6%, milho 7,4% e soja 3%. Dados muito preocupantes, visto que a alimentação humana se baseia em poucas culturas ao redor do globo.

  • Ondas de calor

Com o crescente aumento de dias mais quentes e secos, cada vez mais estaremos expostos a estresse térmico, que afeta diretamente a produtividade dos trabalhadores (estima-se que o desempenho de um trabalhador diminua até 3% para cada grau a mais de temperatura), aumenta a frequência de respiratórias, renais e cardiovasculares.

Ondas de calor serão mais frequentes, colocando em risco a vida de milhares de pessoas. Em um cenário de aquecimento em 1.5°C, mais de 350 milhões de pessoas estarão expostas a ilhas de calor intenso até o ano de 2050.

  • Poluição do ar – doenças respiratórias

A poluição do ar hoje é um dos fatores que mais oferece risco à saúde humana, principalmente em centros urbanos. A piora dos indicadores de qualidade do ar está diretamente relacionada com quadros de aumento no número de doenças respiratórias e cardiovasculares.

A mudança do clima é causada principalmente pela queima de combustíveis fósseis como carvão, gasolina, diesel e gás. Esses combustíveis, além de liberarem os gases de efeito estufa, também liberam pequenos materiais sólidos, denominados como particulados, que atacam as vias respiratórias causando quadros inflamatórios.

Limitar o aquecimento em 1.5°C pode evitar 153 milhões de mortes prematuras por poluição atmosférica em todo o mundo até 2100, cerca de 40% delas nos próximos 40 anos.

  • Doenças transmitidas por vetores – zoonoses

Nas últimas duas décadas, 75% das novas doenças identificadas são zoonoses, doenças transmitidas por animais. Com as mudanças climáticas, estaremos cada vez mais suscetíveis a entrar em contato com novos vírus, bactérias e fungos desconhecidos.

Com o aumento de temperatura, doenças como malária e dengue serão cada vez mais comuns em todo o mundo. Vetores como mosquitos estarão presentes em mais locais e em números muito maiores. Estima-se que poderão ocorrer 3 milhões de casos anuais de dengue na América Latina e 150 milhões de casos de malária no mundo, caso as temperaturas ultrapassem os 2 graus.

Além disso, devemos lembrar que o aumento da temperatura tem influência na vida selvagem e na destruição dos seus habitats. Cada vez mais estaremos expostos a animais selvagens e vetores ainda desconhecidos para o ser humano, como o SARS – Cov 2, possivelmente transmitido por morcegos em uma região no Sul da China, onde décadas atrás as espécies de morcegos não ocorriam por mudanças nas chuvas e aumento da temperatura do planeta.

 

Precisamos conscientizar sociedades e governos para que o aumento da temperatura global seja limitado em 1.5°C até o fim do século XXI. Embora esse limite salve vidas humanas, não há um limite seguro das mudanças climáticas para a saúde humana.

 

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/crise-climatica-impactara-saude-humana-alerta-pesquisadora/

https://saude.abril.com.br/medicina/de-pandemias-a-infartos-os-riscos-das-mudancas-climaticas-para-a-saude/

https://climainfo.org.br/2018/10/21/impactos-a-saude-do-aquecimento-global/

http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/604972-crise-climatica-impactos-na-saude-e-a-necessidade-de-uma-mudanca-sistemica


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