Loader
ambiente

Restaurar vegetações pode evitar 71% das extinções e reduzir crise climática

24 / 11 / 2020 Fique por Dentro

Em 2015 mais de 190 países assinaram o mais audacioso acordo internacional de toda a história mundial, o acordo de Paris, que prevê limitar o aumento médio da temperatura da terra em 1,5°C até 2100.

Como um esforço de restauração ambiental pode combater o aquecimento global e salvar a maior parte dos animais ameaçados de extinção?

O Brasil conta com uma das maiores biodiversidades do mundo em número de plantas e animais. O Livro Vermelho da Fauna Brasileira conta com 1.173 espécies de animais ameaçados, sendo 110 mamíferos, 234 aves, 80 répteis, 41 anfíbios, 409 peixes e 299 invertebrados, representa cerca de 9% das espécies estudadas.

Um estudo encomendado pela ONU e publicado em outubro desse ano na revista científica Nature, identificou mais de 2.9 bilhões de hectares no mundo passíveis de recuperação em todos os tipos de ambientes, como florestas, ecossistemas áridos, terras alagadas, pradarias e matagais.

Um dos pontos mais importantes nesse estudo é que foram considerados todos os tipos de ambientes degradados e não apenas as florestas tropicais, que tradicionalmente recebem as atenções de conservação e restauração.

O estudo, que contou com a participação de vários cientistas, analisou 3 diferentes critérios para definição das prioridades de restauração:

  • capacidade de conservação da biodiversidade;
  • de captura de carbono;
  • custo da restauração.

Ao se analisar os 3 critérios juntos, foi possível chegar a locais com uma efetividade de restauração 13 vezes maior. Os locais mais importantes foram calculados por uma combinação de mais de 1200 possíveis cenários com os 3 itens.

O cenário mais comum é o de terras de pecuária de baixa produtividade ou abandonadas, muito comuns na Mata Atlântica, na região litorânea do Brasil. A Mata Atlântica é considerada um hotspot mundial (locais de maior biodiversidade do mundo), mas restam apenas 12,4% da sua cobertura original e muitos dos seus domínios são terras com baixa produtividade ou subaproveitadas pela agropecuária.

A restauração de apenas 15% das paisagens degradadas no mundo poderia evitar a extinção de 60% das espécies e sequestrar quase 300 gigatoneladas de CO2, cerca de 30% de todo o gás lançado na atmosfera desde o século XVIII. Recuperar 30% dos locais representa a possibilidade de 71% de todas as espécies ameaçadas, além de sequestrar metade de todo o carbono emitido no período.

A recuperação de biomas é uma das formas mais efetivas para combater a mudança climática, tanto que o mecanismo é referenciado como um dos principais meio de combater as mudanças climáticas pelo Acordo de Paris. Nesse acordo internacional, o Brasil assumiu o compromisso público de restaurar 12 milhões de hectares de vegetação até 2030.

A ONU definiu que 2021 – 2030 será a década de Restauração Florestal. Recuperar apenas 30% daquilo que já destruímos pode ser a salvação para milhares de espécies e a nossa segurança climática por décadas.


QUAL SOLUÇÃO AMBIENTAL
SUA EMPRESA ESTÁ PROCURANDO?

Ver todo o catálogo de produtos

Outros conteúdos

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter para receber conteúdo exclusivo!