Como ocorre a recuperação de uma área contaminada?
30 / 01 / 2024 Fique por DentroA contaminação do solo e de águas vem ganhando a preocupação das autoridades ambientais e da população em geral nas últimas décadas, principalmente em países industrializados da Europa e nos Estados Unidos, mas também está crescendo em países como o Brasil. A necessidade de tratamento de água para consumo, ampliação de áreas agrícolas, aumento das áreas urbanas e industriais requer um planejamento prévio e eliminação de possíveis contaminações.
As áreas contaminadas são mais comuns do que imaginamos e podem se formar de várias maneiras: pelo vazamento de tanques, por acidentes com caminhões e veículos que transportam substâncias perigosas, abandono de indústrias e lixões, falta de tratamento adequado de resíduos, descarte irregular de esgoto e efluentes, processo industriais ou mesmo a partir de processos naturais.
No Brasil as formas mais comuns de áreas contaminadas estão ao redor de tanques de armazenamento subterrâneo e vazamento do seu conteúdo, assim como operações industriais e postos de gasolina. A contaminação pode ser do solo, da água ou de ambos os meios, sem contar a poluição do ar.
Esses números são corroborados pelo relatório da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, lançado em 2021 e que contabilizava 6.434 áreas contaminadas no estado, sendo 70% desse total relativas a tanques em postos de combustíveis (4.523) e áreas industriais respondiam por 20% das áreas com algum tipo de contaminação.
O local de contaminação, o tipo de poluente, dificuldade de acesso, concentração e extensão da poluição irão definir como ocorre a recuperação de uma área contaminada. Os principais contaminantes poluentes são:
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Metais pesados;
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Combustíveis;
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Efluentes domésticos e industriais;
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Elementos radioativos;
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Príons;
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Substâncias orgânicas;
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Fertilizantes e pesticidas;
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Microrganismos (vírus e bactérias);
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Cloro, enxofre, arsênio, fósforo, selênio, carbono, enxofre, flúor, boro e nitrogênio.
A recuperação das áreas contaminadas permite a recuperação do solo, da água e de toda a biota associada ao local da pluma de contaminação, prevenindo problemas à saúde humana e para plantas e animais.
Após a confirmação da contaminação de uma área e da definição do poluente, é possível determinar a melhor forma de contenção e descontaminação da área, que pode ser:
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In-situ: A remediação in-situ é aquela que pode ser realizada no próprio local. Nesse caso, o material contaminado é tratado na área em que ocorreu o problema, sem a necessidade da sua remoção.
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Ex-situ: A remediação ex-situ ocorre quando é necessária a remoção do material contaminado, que é feita através de escavação do solo e bombeamento da água. Ambos são encaminhados a unidades externas de tratamento.
Os processos para tratamento e recuperação de uma área degradada podem ser:
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Físicos: quando se remove a terra e água contaminada para unidades de tratamento em locais externos e ocorre separação física e/ou mecânica do agente contaminante ou são encaminhados para unidades de tratamento.
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Biológicos: quando são usados microrganismos para a descontaminação de sustâncias químicas. Bactérias dos gêneros Bacillus, Pseudomonas, Rhodobacter e Achromobacter são os principais exemplos de espécies que podem ser usadas para degradar petróleo e seus derivados por um processo conhecido como biorremediação. Também é possível usar fungos e plantas para remover ou degradar contaminantes ambientais, principalmente quando é necessário tratar efluentes;
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Térmicos: quando é utilizada alta temperatura (incineração ou pirólise) para realizar o tratamento de um agente contaminante, muito usado para eliminar organismos que podem causar doenças como vírus, fungos e bactérias;
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Químicos: quando são usados oxidantes químicos para a neutralização de compostos ou substâncias químicas em compostos menos poluentes
Referências:
Recuperação de Áreas Degradadas - como é realizada? (projetoambiental.com.br)
ProgramaNacionaldeRecuperaodereasContaminadas.pdf (www.gov.br)
Microrganismos são alternativa sustentável para recuperação de áreas contaminadas - (comciencia.br)