Você já reparou que o uso de madeira está em alta nos últimos anos?

Adorada por arquitetos e decoradores, a madeira tem várias vantagens ao ser usada na construção ou decoração das casas. Harmoniza suas cores com diferentes tons de tinta, pode ser aplicada no uso de aberturas, portas, móveis, assoalhos e painéis, além de ser uma opção muito boa para pisos, pois absorve o calor gradualmente, transmitindo uma sensação de aconchego.

O uso de madeira foi muito difundido no setor moveleiro e na fabricação de casas, principalmente nos anos 1960 e 70. Por conta de seu uso elevado, muitas espécies de árvores foram levadas à beira da extinção, pois o corte era geralmente ilegal e ocorria em áreas de florestas nativas.

Para combater o desmatamento e comércio ilegal de árvores, o IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente exigem documento de origem florestal (DOF) e nota fiscal de toda madeira extraída na Amazônia e outros biomas brasileiros. Esse documento garante que a madeira foi retirada de acordo com práticas legais e sustentáveis. Embora a obrigatoriedade desse documento, dados do Instituto BVRio apontam que cerca de 70% da madeira de origem amazônica seja ilegal ou extraída de reservas florestais.

Outra forma de controle é a exigência do selo FSC, registro que garante a origem correta da madeira. Esse selo, de origem alemã, só permite a retirada de árvores de áreas desmatadas antes de 1994 e limita a retirada para até três árvores por hectare a cada 35 anos. A madeira com registro de origem chega a ser 50% mais cara que a madeira sem esse selo.

A madeira que chega em nossas casas pode ter diferentes origens:

• Madeira de origem sustentável – locais que possuem o manejo sustentável da vegetação, apenas poucos exemplares podem ser retirados por hectare em um período de 35 anos, como as madeiras com selo FSC. Os principais exemplos são a peroba, o ipê, o jacarandá e o mogno.
• Madeira de reflorestamento – árvores amplamente empregadas em plantios comerciais, como pinus, cedrinho e eucalipto, plantadas para o corte e uso em larga escala.
• Madeira de demolição - madeira descartada que já teve uso anterior e foi recuperada de antigas obras e reformas, como pisos, janelas e portas. Infelizmente, esse tipo de madeira não é passível de comprovação de origem.
• Madeira reaproveitada ou recuperada – madeira recuperada através de pontos de reciclagem, descartadas na coleta pública. Não é possível comprovar sua origem, mas é considerada uma madeira de uso sustentável, pois originalmente seria encaminhada para aterro sanitário ou então virar material para aterramento de obras.

O uso de madeira veio para ficar em nossas obras e casas, é praticamente impossível não termos um objeto ou abertura à base de madeira em nosso local de moradia e trabalho. O importante é que os consumidores e empresas busquem fornecedores sérios e comprometidos, que comprovem a origem da madeira utilizada, além de estimular o uso de madeiras de demolição ou recuperadas.

https://www1.folha.uol.com.br/sobretudo/morar/2017/11/1934560-selos-garantem-a-origem-de-madeiras-nativas-que-sao-destaque-na-decoracao.shtml

https://blog.iazamoveisdemadeira.com.br/meio-ambiente/tudo-sobre-moveis-de-madeira-macica/

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/ameacas_riscos_amazonia/desmatamento_na_amazonia/extracao_de_madeira_na_amazonia/

https://www.dw.com/pt-br/o-dilema-da-madeira-da-amaz%C3%B4nia/a-52151662