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Aviação começa a usar combustível alternativo para reduzir emissões de carbono

12 / 03 / 2024 Fique por Dentro

A aviação está presente em nosso cotidiano de várias formas. Viagens a trabalho, estudo, de férias, para visitar parentes ou conhecer um novo lugar. Medicamentos, eletrônicos, têxteis, bebidas, alimentos e materiais cirúrgicos são os itens mais transportados por avião no mundo. Na pandemia de covid-19, foi o transporte aéreo o grande responsável pela distribuição global de medicamentos e vacinas.

Atualmente é impossível pensarmos em nosso modo de vida sem a presença massiva da aviação. Essa importância é corroborada por números espantosos em nosso país. Em 2023 foram 112,6 milhões de passageiros, 789,3 mil voos domésticos e 122 mil voos internacionais. 

No globo são mais de 27.000 aeronaves e cerca de 10.000 voos por dia, isso representa cerca de 4,5 bilhões de passageiros ao ano e deve chegar em 10 bilhões de pessoas voando em 2050. As emissões de carbono da aviação representam 2,4% das emissões globais, e subiram em grande velocidade: de 2013 a 2018 as emissões cresceram 32%.

Entendendo a relevância das emissões de carbono da aviação, em 2016, foi assinado pela Organização da Aviação Civil Internacional um acordo para redução das emissões da aviação civil internacional (CORSIA), que prevê a neutralização e emissões líquidas zero de CO2 até 2050. O acordo é previsto em 3 fases e prevê fases voluntárias e outras de participação obrigatória pelos países. Atualmente o Brasil está incluído no escopo do acordo da CORSIA, mas somente fará parte do escopo mandatário a partir de 2017.

As alternativas para redução das emissões de CO2 pelo setor de aviação baseiam-se em melhorias operacionais, aumento de eficiência das aeronaves, mas principalmente pela utilização de biocombustíveis. Atualmente a maior parte das aeronaves comerciais utiliza querosene de aviação como combustível, um derivado do petróleo e com alto potencial de aquecimento global.

Como alternativa para o querosene de aviação, começam a ser testados combustíveis alternativos como o SAF - combustível sustentável de aviação (sustainable aviation fuel). O combustível sintético pode ser feito por meio de óleos e gorduras, biomassa, óleo de cozinha, oleaginosas como milho ou soja. O SAF se apresenta como uma grande alternativa ao combustível fóssil, pois é capaz de reduzir até 70% as emissões de carbono e pode ser misturado até 50% com o querosene de aviação comercial.

Testes já foram realizados e provaram a eficácia do biocombustível, sendo utilizado em voos transatlânticos, entre Nova Iorque e Londres. No Brasil a Embraer já possui modelos em teste usando 100% de SAF nos seus voos. O grande desafio ainda é o custo da nova tecnologia.

O combustível sustentável de aviação custa quatro vezes mais que o combustível tradicional, sendo que o combustível responder por 40% dos custos da aviação civil. Outro gargalo é a disponibilidade do SAF, que atualmente só possui capacidade de atender 0,2% da demanda global por combustível de aviação. 

Os próximos passos para ampliar o uso do SAF é o investimento em tecnologia para que a produção aumente e que o preço fique competitivo com o querosene de aviação. O processo de descarbonização da aviação é lento e deve ocorrer em médio e longo prazo e deve passar pela renovação da frota, investimento em tecnologias e uso crescente de biocombustíveis.

 

Referências:

Brasil se prepara para produzir combustível sustentável de aviação : Revista Pesquisa Fapesp

Mudança climática: a aviação pode se tornar sustentável um dia? - BBC News Brasil

'SAF é questão de sobrevivência': conheça o biocombustível que pode mudar o setor aéreo – Money Times

corsia-oportunidades-para-o-brasil-v2.pdf (idesam.org)

Brasil firma compromisso para aviação sustentável junto a organização internacional | Clima | Um só Planeta (globo.com)

 

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