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Como a seca na Amazônia afeta o clima e a natureza em todo o país?

21 / 11 / 2023 Fique por Dentro

A primavera no Brasil vem sendo de extremos climáticos em todo o país. De Norte a Sul escutamos relatos de perdas econômicas, desastres em estruturas urbanas como pontes e estradas levados pelas enchentes, comunidades isoladas pelo baixo volume dos rios na Amazônia, animais morrendo e lavouras secando pela falta de chuvas.

Nas últimas semanas os extremos estão se agravando com enxurradas nos estados do Sul, rios em níveis nunca vistos causando perdas materiais e humanas, ondas de calor de semanas a fio com temperaturas passando dos 40°C e a sensação térmica acima dos 50°C.

Abaixo temos alguns exemplos de como o clima do nosso país está nos últimos três meses:

  • Acumulado de 413,8 mm de chuva no mês de setembro em Porto Alegre, 3 vezes mais que a média histórica e o maior volume desde o início das medições em 1916;

  • Nível do Rio Negro registra o menor nível da história, na medição em Manaus/AM, com medição de 13,49 metros em 17 de outubro;

  • Maior temperatura já registrada no Brasil, em 18 de novembro, 44,8ºC em Araçuaí/MG;

  • Vazão das cataratas do Iguaçu atinge 16,5 milhões de litros por segundo, em 13 de outubro, 33 vezes acima do normal e o segundo maior volume já medido;

  • Cidades do pantanal amanhecem cobertas pela fumaça das queimadas desde o dia 17 de novembro.

A pergunta que mais escutamos é: O que está acontecendo com o clima? Viveremos sobre a influência do fenômeno El Niño?

Esses questionamentos e outros estão interligados principalmente por um momento de extremos climáticos, por registros históricos sendo quebrados a cada semana e pelos momentos distintos que vivemos em diferentes locais. Estados no Centro-Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste clamando pelo fim dos dias quentes e por chuvas para apaziguar a seca, já os estados do Sul torcendo por dias ensolarados para secar a água das chuvas e diminuir o nível dos rios. 

O aumento das temperaturas e o alto volume pluviométrico em diferentes regiões do Brasil ocorre em função do fenômeno climático El Niño, que decorre do aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, das mudanças climáticas e da menor disponibilidade de chuvas na região Norte. O calor forte e baixo volume de chuvas na região amazônica acaba influenciando o clima, agricultura e natureza do país e da América do Sul.

A Floresta Amazônica tem como sua principal característica a capacidade de movimentar grandes quantidades de água do solo da floresta para a atmosfera, por meio da transpiração das árvores. Estima-se que 50% da chuva que ocorre na região é proveniente da transpiração da vegetação e outra metade está relacionada com a umidade que vem do oceano. Com menos chuvas e água disponível na floresta, as árvores transpiram menos e consequentemente há menos chuvas na região Norte e no resto do Brasil.

Como estimativa, podemos considerar que uma árvore de 10 metros de altura transpira mais de 300 litros de água em forma de vapor, em um único dia. Uma árvore com o dobro do tamanho é capaz de lançar mais de 1000 litros de água por dia na atmosfera apenas na forma de transpiração. Um estudo publicado pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), em 2013, estima que haja aproximadamente 400 bilhões de árvores na Amazônia e que possam contribuir com 120 bilhões de litros de vapor de água na atmosfera.

Mas essa capacidade de regular o clima fica comprometida com o agravamento das mudanças climáticas. Ao longo de semanas, uma grande massa de ar seco ficou estacionada sobre o Brasil central, elevando as temperaturas, diminuindo as precipitações e estacionando as frentes frias no Sul do país. Com menos chuva caindo, rios secando, vegetação morrendo e incêndios acontecendo, rompe-se o ciclo de regulação de chuvas na América do Sul desempenhado pela Floresta Amazônica.

A maior floresta tropical do planeta desempenha um papel fundamental na formação de chuvas e amenizando a sensação de calor no Brasil e países vizinhos, a floresta funciona como uma bomba de água natural que abastece milhões de pessoas, garante a sobrevivência de espécies animais, vegetais e assegura o cultivo de alimentos em milhões de hectares. Contudo esse papel corre risco de ser comprometido, caso as mudanças climáticas e aumento da temperatura do planeta avancem.

 

Referências:

Desmatamento na Amazônia afeta fenômeno 'rios voadores' e pode alterar clima em outras regiões brasileiras | Amazônia | G1 (globo.com)

Amazônia vive seca devastadora: 'Natureza não tem tempo de se adaptar' (uol.com.br)

Como a ciência explica a seca histórica na Amazônia - Amazônia Real (amazoniareal.com.br)

A combinação climática que está secando os rios da Amazônia - BBC News Brasil

Crise climática: seca severa na Amazônia é agravada por desmatamento e fogo | WWF Brasil

Seca no Amazonas e chuvas na região Sul: especialistas explicam o que está por trás das mudanças climáticas no Brasil - ISTOÉ Independente (istoe.com.br)

Entenda as causas da seca extrema na Amazônia - 18/10/2023 - Ambiente - Folha (uol.com.br)

 

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