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Como reciclar computadores e celulares após a sua vida útil?

19 / 03 / 2024 Soluções

Você já reparou como nosso cotidiano está intimamente ligado a aparelhos eletrônicos portáteis e individuais? Experimente caminhar na rua, sair para jantar, ir ao shopping ou na academia, em todos os lugares e para todos os lados você verá alguém com um celular na mão vendo redes sociais, escutando música, lendo notícias, mandando uma mensagem ou conversando com alguém.

Os gadgets (dispositivos eletrônicos portáteis) são parte de nosso cotidiano nas relações familiares, amizades e trabalho. E o povo brasileiro leva isso ao pé da letra, como uma das culturas mais conectadas do mundo, conforme dados da Pesquisa Anual do FGV cia sobre o Mercado Brasileiro de TI , publicados em 2023, o Brasil possui 464 milhões de dispositivos digitais (computadores, tablets e telefones), são 2,2 dispositivos por habitante. Se considerarmos apenas os aparelhos celulares, são 249 milhões de telefones, cerca de 1,2 a cada habitante.

E esse número absurdo de eletrônicos possui um tempo de vida de uso estimado e curto, a chamada obsolescência programada, quando um aparelho é projetado para ter um tempo de uso limitado e depois ser trocado por questões tecnológicas, de software ou uma versão mais nova e mais completa.

Assim como são lançados novos modelos, um volume igual é descartado e vira resíduo, mas não um resíduo qualquer, resíduo eletrônico, que apresenta riscos ao meio ambiente pelo uso de metais pesados (chumbo, bromo e cádmio) na composição dos circuitos eletrônicos e baterias, que podem contaminar o meio ambiente desde a sua extração até o fim da vida.

Dados do relatório The Global E-waste Monitor 2020, do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), estimam que em 2019 foram gerados 53,6 milhões de toneladas de lixo eletrônico no planeta, uma média de 7,3 quilos por habitante ao ano. Entretanto, apenas 93 milhões de toneladas de eletrônicos foram coletadas e recicladas, o que representa 17,4% de tudo o que foi gerado. O Brasil possui papel importante no cenário dos resíduos eletrônicos, pois é o 5º maior gerador desse tipo de poluente, mas recicla somente 3% do que descarta, conforme estimativas do setor.

Esse valor tão baixo de reciclagem contrasta com a legislação brasileira, que prevê a obrigatoriedade de logística reversa por parte dos fabricantes, importadores e vendedores, todos os atores do ciclo possuem parte de responsabilidade no correto descarte e reciclagem. Cabe ao consumidor final descartar corretamente e ao fabricante ou importador dar a destinação correta para esses resíduos.

Atualmente existem cerca de 10.000 pontos de entrega de resíduos eletrônicos no Brasil, mas nem sempre são fáceis de encontrar e o conhecimento sobre o processo de reciclagem ainda é pouco difundido. Cerca de 90% dos brasileiros sabem o que é lixo eletrônico, 85% da população possui algum item como computadores, telefones e fones de ouvido guardado há mais de um ano em casa sem condições de uso, mas apenas 25% sabem que os eletrônicos podem ser reciclados se descartados corretamente, de acordo com o relatório “Resíduos Eletrônicos no Brasil 2023”.

Uma vez descartados em um ponto de entrega voluntário para a logística reversa, o processo de reciclagem de computadores, telefones e outros eletrônicos torna-se possível.

O primeiro processo após a coleta é a triagem, que é a separação manual ou mecânica do que ainda possui condições de uso e o que não pode mais ser reutilizado. Os aparelhos na sequência são desmontados e os itens como bateria, carcaça, vidro, plásticos e circuitos eletrônicos são separados manualmente.

Itens como a carcaça e plásticos são separados por tipo de material e densidade e são vendidos para seguir o processo de reciclagem. Materiais como vidros, metais, demais plásticos e fiações elétricas são separados por tipologia e reciclados conforme a sua característica.

Placas e circuitos eletrônicos possuem separação difícil dos seus componentes, devido ao grande número de materiais e componentes, sendo possível a extração de metais como ouro, prata, cobre e paládio por processos químicos. Já as baterias são encaminhadas para tratamento especializado, que visa descontaminar o material e utilizar o máximo possível dos seus componentes para a fabricação de novas baterias.

Poucos componentes de telefones e computadores não podem ser reciclados ou reaproveitados, o processo é complexo e depende muito da manufatura humana. Por outro lado, o desconhecimento sobre o processo de reciclagem, a falta de pontos de entrega voluntária e metas pouco ambiciosas dos fabricantes dificultam a melhora nos índices de coleta, tratamento e reciclagem de resíduos eletrônicos individuais.

 

Referências:

https://greeneletron.org.br/blog/2a-edicao-da-pesquisa-lixo-eletronico-no-brasil-traz-panorama-da-percepcao-da-populacao-brasileira-sobre-lixo-eletronico/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-10/brasil-e-o-quinto-maior-produtor-de-lixo-eletronico

https://portal.fgv.br/noticias/uso-ti-brasil-pais-tem-mais-dois-dispositivos-digitais-habitante-revela-pesquisa

https://www.ecycle.com.br/reciclagem-de-eletronicos/


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