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Por que nunca mais falamos sobre a camada de ozônio?

01 / 11 / 2023 Fique por Dentro

Quem frequentou o ensino fundamental ou médio nos anos 1990 até início dos anos 2000 certamente deve ter estudado sobre o buraco na camada de ozônio e quais os impactos na saúde humana decorrentes do enfraquecimento dessa camada. Porém nos últimos anos pouco tem se falado e noticiado sobre a camada de ozônio.

Parte da mudança de foco se deve às mudanças climáticas, que ganharam as manchetes dos noticiários ambientais e à recuperação da camada de ozônio depois dos anos 2000. Mas de tempos em tempos podemos ver reportagens que tratam sobre o tema, como ocorreu nos meses de setembro e outubro desse ano: O buraco na camada de ozônio localizado acima da Antártica alcançou um tamanho de 26 milhões de quilômetros quadrados. Este valor é aproximadamente três vezes o espaço que o Brasil ocupa.

Para entendermos melhor o que isso representa é importante compreendermos o contexto do problema. O ozônio é um gás formado por 3 átomos de oxigênio, de fórmula química O3. Cerca de 90% da concentração do gás fica na camada de ozônio, camada que se forma na estratosfera (cerca de 10 a 40 km de altitude). A camada de ozônio forma uma barreira de proteção natural contra a incidência de radiação ultravioleta emitida pelo Sol.

Sem a presença da camada de ozônio, a vida na terra não seria como conhecemos hoje, ela oferece grande proteção para humanos, plantas e animais e previne problemas de pele, nos olhos, envelhecimento precoce, aumento nas chances de mutação e outras complicações de saúde. No início dos anos 1980 cientistas britânicos identificaram que a camada desse gás estava muito menor do que deveria ser acima do continente antártico.

Poucos anos depois, em setembro de 1987, foi assinado por 161 países o Protocolo de Montreal, acordo internacional que previa a proibição do uso de CFCs. Os gases de clorofluorocarboneto (CFCs) eram usados em embalagens aerossóis, geladeiras e aparelhos de ar-condicionado e sua liberação na atmosfera comprometia a camada de ozônio que protege a terra.  Para termos ideia da capacidade destrutiva desses compostos, uma única molécula de CFC pode destruir 100 mil moléculas de ozônio, liberando oxigênio e provocando chuvas ácidas após as interações do ozônio e CFCs.

Desde a assinatura do compromisso internacional sobre o uso de CFCs, a comunidade mundial já conseguiu reduzir em 99% o uso de CFCs e gases prejudiciais à camada de ozônio. Mas se o uso de CFC já não ocorre como antes, por que a camada de ozônio segue com buracos enormes como lemos nas notícias?

Os agentes que interagem com o ozônio ficam por anos na atmosfera, por isso, mesmo com a proibição do uso de CFCs, o buraco na camada de ozônio continuou aumentando até próximo do ano 2000, quando começou a diminuir lentamente. Atualmente o buraco está cerca de 20% do que estava há 20 anos e segue diminuindo. 

O tamanho do buraco da camada de ozônio varia ao longo do ano, condições atmosféricas, umidade do ar e temperatura. Dessa forma o acompanhamento é realizado por ciclos anuais, monitorando sempre o maior tamanho do buraco sobre a Antártica, que ocorre entre setembro e outubro de cada ano. 

Nos anos 1970 e início dos anos 1980 os cientistas notaram que a camada de ozônio diminuiu de espessura em vários locais do globo, especialmente na antártica, onde em alguns períodos do ano a camada estava completamente desfeita, era o buraco na camada de ozônio.

Os mesmos cientistas que detectaram o dano à camada protetora do planeta nos anos 1980, calculam que o buraco deve estar completamente fechado em 2065 na Antártica, 2045 no Ártico e 2040 nos demais locais do planeta.

A assinatura do Protocolo de Montreal foi um marco, pois foi o maior acordo global sobre a pauta ambiental e teve a assinatura de 161 países com comprometimento internacional sem precedentes, o que demostra que é possível fazermos o mesmo com as mudanças climáticas. Se houver cooperação, é possível limitar o aquecimento global à temperatura estabelecida no Acordo de Paris, embora o resultado seja lento e gradual, como na recuperação da camada de ozônio.

 

Referências:

O que é a camada de ozônio? | WWF Brasil

Buraco na camada de ozônio está três vezes maior do que a área do Brasil | GZH (clicrbs.com.br)

Por que se não ouve mais falar da camada de ozônio – DW – 02/02/2023

Confira como está a camada de ozônio em 2023 | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com)

Camada de ozônio segue se recuperando desde a adoção do Protocolo de Montreal | ONU News

Buraco na camada de ozônio aumenta — e chega a 3 vezes o tamanho do Brasil | Meio ambiente | Galileu (globo.com)

 

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