O plástico é um dos materiais mais usados pela humanidade devido à sua versatilidade e potenciais de uso, entretanto também é o componente mais presente nos resíduos gerados pela população brasileira e possui índices de reciclagem baixíssimos, seja pelo custo de produção de matérias-primas a partir de fontes não renováveis ou pela limitação técnico-financeira de alguns tipos de plásticos.

Olhe ao seu redor e tente contar quantos objetos de plástico você consegue ver ou que utilizou ao longo do dia? Estamos falando das mais variadas formas de uso como nas embalagens de alimento, no copo de café, na tela do celular, no computador, canetas, acabamento de carros, tecidos de roupas que usamos, embalagens de medicamentos e uma infinidade de usos possíveis e imagináveis.

O grande uso do plástico se dá pelas suas características de ser um material versátil e durável, entretanto, essas características são as mesmas que tornam ele um vilão, pois é quase impossível eliminar do meio ambiente ou ser destruído quando é descartado incorretamente. A reciclagem é uma alternativa para o grande volume de plásticos produzidos e pela exploração do petróleo. Calcula-se que até os dias atuais já foram geradas 6 bilhões de toneladas de resíduos plásticos, mas apenas 10% foram reciclados desse total. 

O plástico e seus derivados demoram mais de 100 anos para se decompor ou desintegrar quando expostos às condições naturais. O grande diferencial de plásticos produzidos a partir de fontes renováveis é que não fazem pressão sobre os recursos naturais e levam menos tempo para serem decompostos por bactérias decompositoras. Quando feitos por fontes naturais, as bactérias decompositoras conseguem digerir os polímeros presentes nos biopolímeros.

A produção do plástico como conhecemos passa por diferentes etapas de beneficiamento, como extração de insumos, refino, produção de polímeros, uso pelo consumidor, descarte e destinação final. Podemos atuar nas duas pontas com tecnologias para o consumo consciente, descarte correto, reciclagem e é possível atuar na produção, ao substituir as moléculas de carbono que não são renováveis, como é o caso do petróleo, por polímeros a base de matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar, milho, bagaço de cana, óleos de girassol, mamona e soja.

Os principais tipos de bioplásticos produzidos atualmente a partir de fontes renováveis são:

POLÍMEROS DE AMIDO (PA)

ORIGEM – Produzido a partir do milho, da batata, do trigo ou da mandioca. O amido desses vegetais é retirado e passa por um processo químico de desestabilização e rearranjo da cadeia de moléculas, formando um material plástico.

USO – Principalmente na fabricação de sacos de lixo e material para preencher embalagens. 

POLILACTATOS (PLA)

ORIGEM – Produzido a partir do ácido láctico feito por bactérias. Um caldo “açucarado” de fontes como melaço, açúcar de beterraba ou soro de leite recebe bactérias que fermentam o líquido e produzem ácido láctico. Por processos químicos, esse ácido é transformado em plástico.

USO – Como matéria-prima para embalagens, principalmente as destinadas a proteger produtos secos. Atualmente vem ganhando espaço na produção de cartões de crédito e débito.

POLIHIDROXIALCANOATO (PHA)

ORIGEM – Produzido por bactérias que se alimentam de cana-de-açúcar, milho e óleo vegetal.  Num biorreator, sob determinadas condições químicas, as bactérias alimentadas fabricam polímeros, que ficam armazenados em suas células.

USO – Por ser compatível com o corpo humano (não é rejeitado), é muito utilizado na área médica para fios de suturas e próteses 

O uso de plásticos fabricados a partir de fontes renováveis vêm ganhando espaço com o passar dos anos e o aumento da consciência ambiental de empresas e consumidores, contudo essa é apenas uma das alternativas para diminuirmos a poluição pelo uso dos plásticos, o meio mais eficiente ainda é o descarte correto e a reciclagem.

Referências:

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/e-possivel-fazer-plastico-sem-usar-petroleo

Como é a Cadeia produtiva do plástico do começo ao fim? - Afinko (afinkopolimeros.com.br)

Plástico sem petróleo é criado por cientistas - Olhar Digital

Bagaço de cana pode substituir petróleo na fabricação de plásticos | Agência Brasil (ebc.com.br)

Alternativas ao plástico podem ser fabricadas a partir de resíduos da indústria | Governo do Estado de São Paulo (saopaulo.sp.gov.br)

A promessa dos bioplásticos : Revista Pesquisa Fapesp