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Comércio justo: como o conceito de sustentabilidade se aplica à indústria da moda

29 / 06 / 2023 Fique por Dentro

Quando falamos sobre setores da economia que mais poluem o meio ambiente, é comum lembrarmos de indústrias de refino de petróleo, beneficiamento de minérios, grandes centros urbanos e seu trânsito terrível, lançamento incorreto de resíduos e efluentes nos grandes centros urbanos ou mesmo o grande consumo de água na agricultura. 

Entretanto, você sabia que a indústria da moda, a indústria têxtil, é a segunda mais poluidora do mundo?  É isso que aponta uma pesquisa recente publicada pela Global Fashion Agenda, organização sem fins lucrativos. Também é um dos setores que mais consome água para beneficiamento dos seus produtos. Veja a quantidade de água necessária para produzir cada item:

  • Calça jeans – 10.000 litros

  • Camisete de algodão – 2.700 litros

  • Par de sapatos – 8.000 litros

  • 1 kg de algodão – 10.000 litros

Certamente depois de saber dessa informação você vai se perguntar quantas peças de roupa você tem e quase não utiliza? Quantos sapatos você comprou em uma promoção apenas porque estava com desconto? Ou aquelas roupas que estão no fundo do guarda-roupas e que você nem lembra mais que existem.

De acordo com levantamento da empresa norte americana ShareCloth, anualmente, a indústria da moda global produz 150 bilhões de peças, sendo que pelo menos 30% delas nunca são vendidas e outro terço só sai das lojas com desconto. 

Já no Brasil são produzidas cerca de 9 bilhões de peças de roupas por ano, cerca de 40 para cada brasileiro. A maior parte é para exportação, mesmo assim ainda são gerados cera de 4 milhões de toneladas de resíduos têxteis em nosso país, conforme a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Isso significa que 5% de todos os resíduos que produzimos são oriundos da indústria da moda e a maior parte disso vai direto para aterro sanitário, podendo gerar contaminação de solo, de água e emitir gases de efeito estufa.

O cenário de produção de roupas e consumo de recursos naturais é fomentado pela moda “fast fashion”, o conceito de moda que muda a cada estação, produção em massa de poucas variedades de roupa a um custo barato, muitas vezes feitas com material sintético como náilon, poliéster, viscose (materiais sintéticos, derivados do petróleo e que levam mais de 100 anos para se decompor) e que está associado a casos de sobre-exploração de trabalhadores, altas jornadas de trabalho e salários baixos, principalmente em países asiáticos e africanos.

Mas é possível mudarmos esse cenário e trazermos conceitos de sustentabilidade e comércio justo para a cadeia da moda. Muitas marcas e redes de lojas já apostam em um conceito “slow fashion”, considerando que a melhor roupa é a que já temos, que repensa a alta produtividade de peças, prioriza o cumprimento de legislações trabalhistas e que busca alternativas na produção das roupas e calçados com o uso de matérias-primas renováveis. Ainda é um mercado em crescimento e que vem ganhando cada vez mais os debates, principalmente a partir de 2010, quando esse conceito de moda e produção ganhou mais adeptos entre produtores e consumidores.

O que podemos faze para contribuir com um conceito de moda sustentável e que apoia o comércio justo:

  • Dê preferência por marcas e coleções que tenham práticas e certificações de comércio justo, que apoia e garante o cumprimento da legislação trabalhista aos seus funcionários;

  • Opte por peças de tecidos naturais como o algodão. Enquanto o algodão é um tecido renovável e se decompõe em poucos anos, tecidos sintéticos levam mais de um século para se decompor;

  • Repense os seus hábitos de consumo na hora de comprar roupas e calçados. Você realmente precisa de uma peça nova?

  • Revise o seu guarda-roupas. Você vai se surpreender com a quantidade de roupas que tem, o excedente você pode doar ou vender em brechós;

  • Escolha marcas com processos de produção responsáveis, tais como a utilização de corantes naturais e uso de produtos químicos permitidos;

  • A roupa chegou ao fim da sua vida útil e não pode mais ser usada? Encaminhe para a coleta seletiva e reciclagem.

Referências:

https://www.researchgate.net/publication/315721547_CONSUMO_CONSCIENTE_DE_MODA_E_O_METABOLISMO_FUTURO_DO_GUARDA-ROUPA_UMA_ABORDAGEM_QUANTITATIVA_COM_MULHERES_RESIDENTES_DO_INTERIOR_DE_SAO_PAULO_SP

https://www.cnnbrasil.com.br/economia/brasil-descarta-mais-de-4-milhoes-de-toneladas-de-residuos-texteis-por-ano/

https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/economia/audio/2022-10/industria-da-moda-e-segunda-mais-poluidora-do-mundo-aponta-estudo#:~:text=A%20ind%C3%BAstria%20da%20moda%20%C3%A9,foram%20descartados%20em%20anos%20recentes.

https://www.cnnbrasil.com.br/estilo/moda-sustentavel/

https://vogue.globo.com/Vogue-Negocios/noticia/2022/05/o-que-industria-da-moda-ainda-nao-entendeu-sobre-sustentabilidade.html

https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2022/04/moda-sustentavel-uma-alternativa-verde-ao-fast-fashion

 

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