Reaproveitamento de roupas e tecidos: o que fazer para contribuir com a natureza?
25 / 11 / 2021 Fique por DentroA estação mais quente do ano está chegando! É tempo de deixar de lado as roupas quentes e pesadas do inverno, que só serão tiradas do armário novamente quando as temperaturas começarem a cair. Durante as limpezas e organizações do guarda-roupa, é comum achar aquela peça de roupa esquecida, comprada em uma promoção ou ganhada de presente que acabou por não ser utilizada.
Tudo isso nos faz refletir sobre o impacto ambiental do descarte de roupas e tecidos, o quanto compramos e como nos desfazemos dessas peças. O que será que acontece com as roupas após não terem mais condições de uso ou não nos agradarem mais?
Em todo o mundo, a cada segundo, um caminhão de roupas e têxteis é destinado para aterros ou incineração. Menos de 1% de todos os tecidos são de fato reciclados ou reaproveitados no mundo inteiro, fato que representa uma perda econômica anual estimada em 500 milhões de dólares, fazendo da indústria têxtil a segunda mais poluente do mundo, atrás apenas da petrolífera.
Somente no Brasil, 170 mil toneladas de roupas e tecidos são encaminhadas para descarte, das quais apenas 20% são recicladas, o restante tem seu fim em aterros sanitários e lixões, sem qualquer cuidado. Nosso país é um dos maiores produtores de têxteis do mundo e um dos que menos recicla, conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é obrigação do consumidor descartar de forma correta ou então encaminhar ao vendedor ou produtor. É um mercado que ainda carece de mais atenção e alternativas, mas o usuário final também deve ter atenção ao seu guarda-roupa, pois estima-se que 70% das roupas são subutilizadas.
Mas, afinal, a reciclagem de roupas e tecidos é viável?
Sim, entretanto, essa deve ser a última alternativa quando pensamos nesse tipo de material. Existem dois tipos de reciclagem: mecânica e química. Na mecânica, as fibras são picotadas em grandes máquinas e posteriormente transformadas em subprodutos nas indústrias para produzir enchimentos para sofás, sacos de boxe, edredons, carpetes e outros produtos.
Já a reciclagem química é aplicada apenas para tecidos sintéticos como poliéster, poliamida e elastano (todos derivados do petróleo) e são destinados a melhorar as características do material. O processo envolve triturar, secar, limpar, colocar em um processo de fusão e extrusão (saída a força) a uma temperatura de 295° C. Também podem haver processos de lavagem química, filtração e reação com ácidos. Os filamentos e produtos resultantes podem ser reutilizados na indústria têxtil e química na produção de plásticos.
Antes de pensar na reciclagem dos tecidos, devemos refletir em como reaproveitar esse material, estender a vida útil de nossas roupas, emprestar ou doar. Confira abaixo algumas dicas e alternativas para roupas que já não estão mais em uso:
- Doação – a primeira e mais nobre atitude com qualquer item, procure entidades e prefeituras que necessitam de roupas.
- Reutilizar ou consertar – a roupa encolheu ou manchou? A camiseta rasgou? Solte sua criatividade! Transforme-as em outras coisas. Sempre dá para reaproveitar uma peça em outra.
- Venda – é uma alternativa cada vez mais comum atualmente, roupas em bom estado sempre podem ser vendidas para brechós, em lojas virtuais ou virar moeda em comunidades de trocas.
- Encaminhar para reciclagem – nenhuma das alternativas anteriores é possível? Bom, aí podemos pensar no encaminhamento para reciclagem. Ainda pouco comum em nosso país, algumas empresas e locais aceitam roupas para reciclagem e utilização em oficinas de costura.
Agora, pense no seu guarda-roupa. Quantas peças você usou menos de 2 ou 3 vezes no último ano? Contribua com o meio ambiente reaproveitando as suas!
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