Cada vez mais a relação das empresas com fornecedores ganha a atenção dos consumidores, investidores, dirigentes e demais públicos. Fortalece a necessidade de transparência sobre os processos produtivos, mas também de entender quais são as matérias-primas usadas, quais as etapas de produção, a forma como os trabalhadores são geridos e como todos esses elos estão envolvidos em uma cadeia virtuosa.

As cadeias de suprimento (supply chain em inglês) passaram a ser o centro das atenções de executivos e profissionais de sustentabilidade a partir do momento que as organizações e governos assumem compromissos ambientais e sociais e o consumidor final questiona os impactos dos itens que está consumindo.

Estima-se que o maior impacto ambiental na operação das empresas esteja em seus parceiros comerciais, ao longo da cadeia de suprimentos. Cerca de 90% das emissões de gases de efeito estufa de uma organização são distribuídos ao longo dos fornecedores e os custos com fornecedores gira em torno de 50 a 70% das despesas operacionais.

Recente pesquisa da EY com executivos e empresas da Argentina, Brasil, Canadá, México e Estados Unidos (EUA) mostra que o tema é importante para os tomadores de decisão pois previne riscos de conformidade, otimiza o uso de insumos, promove economia de recursos, incorpora sustentabilidade na cadeia e fortalece as parcerias a longo prazo.

Uma das transformações necessárias é ir além da relação de comprador e vendedor, a cadeia de fornecimento é um dos principais pilares a serem trabalhados pelas empresas, sendo a economia de custos e aumento da eficiência citados por 61% dos executivos entrevistados. Também reforça a necessidade de trabalhar com os fornecedores a necessidade de atendimento a regulações e normas, pressão de parceiros comerciais, potencial para melhorar o crescimento de receita, pressão dos clientes e força de trabalho e senso de responsabilidade ética.

Os compromissos de sustentabilidade são estabelecidos a longo prazo, mas essas iniciativas precisam ser iniciadas agora. Cerca de 80% das organizações possuem metas ambientais, sociais e de governança, mas um terço delas não possuem argumentos para engajar os seus fornecedores em relações e compromissos mais sustentáveis. 

As empresas estão se tornando mais sustentáveis a cada dia e esse processo tende a melhorar com o passar dos anos. A gestão dos recursos como consumo de água, eficiência energética, emissões de carbono, logística reversa e circularidade dos materiais são os principais temas trabalhados, mas o alcance dessa gestão é limitado se não envolver os parceiros comerciais. 

Saber onde as mercadorias estão e onde chegarão é apenas uma obrigação da cadeia de abastecimento. Ter compreensão sobre a pegada ambiental de um produto e como ele impacta ao longo do seu processo produtivo é algo diferente. É cada vez mais importe para as empresas mitigarem os seus danos ambientais, se esforçarem para impactarem positivamente a sociedade e garantir que os fornecedores estejam alinhados com o código de conduta da empresa e se envolvam apenas em práticas de comércio justo.

Referências:

Como as cadeias de suprimento sustentáveis estão impulsionando a transformação dos negócios (ey.com)

O segredo por trás do engajamento de fornecedores e parceiros (yiesia.com.br)

Fortaleça a sustentabilidade na cadeia de fornecedores (bernhoeft.com.br)

Os Benefícios das Práticas de Sustentabilidade na Cadeia de Fornecedores para a Reputação da sua Empresa - Sustainable Business Solutions (sbsustainablebusiness.com)

Sustentabilidade da cadeia de suprimentos: um guia para ajudá-lo a torná-la realidade | Veritas

Surfando na tendência de sustentabilidade da cadeia de suprimentos - SWI swissinfo.ch