Café em cápsula: será que é uma opção sustentável?
20 / 01 / 2023 CuriosidadesAquele cheirinho de café tomando conta do ambiente é uma cena muito comum em nosso cotidiano, seja em casa ou no trabalho. A partir dos anos 2000 ficou ainda mais fácil tomar um café expresso onde quer que a gente esteja, pois há cerca de 10 anos apareceram as primeiras máquinas de café com cápsulas no Brasil.
É um processo rápido, que não gera louça e nos fornece um café quentinho, na medida e com o sabor que o nosso paladar pede. Basta inserir a cápsula na máquina e que ela faz todo o trabalho restante: fura a cápsula, passa a água quente e finaliza o processo.
Como qualquer novidade, demorou um tempo para os consumidores mais atentos se perguntarem o que fazer com as cápsulas de café após o seu uso. A preocupação veio do grande volume de resíduo gerado por essa nova forma de tomar café, que em um primeiro momento era enviado diretamente para aterros sanitários, sem tratamento prévio e sem passar por processos de reciclagem.
Algumas cidades adotaram até medidas radicais, como é o exemplo de Hamburgo, segunda maior cidade da Alemanha, que em 2016 proibiu a compra de cápsulas de café em repartições públicas para diminuir o volume de resíduos não recicláveis. O mercado de café em cápsulas ainda tem números restritos, mas estima-se que cerca de 2,5% do café vendido no Brasil seja assim, o que equivale a 500 mil e 600 mil sacas por ano.
O grande problema das cápsulas de café é o seu diminuto tamanho e a variedade de plásticos e metais usadas na sua fabricação. Na teoria, todos os componentes das capsulas são recicláveis (plásticos e alumínio) e o pó de café é passível de compostagem, mas, para isso, esses materiais precisam ser separados, o que não ocorre nos sistemas de coleta seletiva das cidades brasileiras, que priorizam materiais de maior valor agregado e maior peso e volume.
As cápsulas de café são recicláveis, mas a grande maioria delas não é reciclada. As principais marcas de café monovolume (como são conhecidas as cápsulas de café) possuem programas de logística reversa e pontos de entrega voluntária das capsulas, mas esses programas ainda estão limitados a grandes centros urbanos e poucos pontos de coleta. A marca que é líder do segmento e que responde por quase 50% do mercado tem apenas 200 pontos de coleta e logística reversa, muito pouco para um país com mais de 200 milhões de habitantes e 5.568 municípios.
A opção que temos é sempre procurar a marca que estamos comprando as cápsulas e máquinas de café para entendermos qual é sua política de logística reversa dos resíduos e se há possibilidade de entrega voluntária, caso não haja essa possibilidade é recomendável realizar a separação dos materiais recicláveis como plástico e alumínio do pó de café e encaminhar na coleta seletiva.
https://www.ecycle.com.br/capsulas-de-cafe-reciclagem-dolce-gusto-nespresso/
https://www.ecycle.com.br/reciclagem-de-capsulas-de-cafe-nespresso/
https://www.nespresso.com/pro/br/pt/conexao-pro/sustentabilidade/logistica-reversa-nespresso