Mercado de carbono: conheça a técnica usada para compensar as emissões de gases no planeta
16 / 07 / 2021 Fique por DentroPassamos do tempo em que apenas olhamos incrédulos os problemas ambientais ao nosso redor. No cenário atual, precisamos pensar e fazer algo para que possamos garantir a qualidade ambiental, o regime de chuvas, clima com menos eventos extremos, as chuvas regulares para a produção de energia e alimentos, florestas conservadas e espécies animais sem risco de extinção.
Essa preocupação ambiental se estende a consumidores, órgãos civis, grandes empresas e governos. É de extrema necessidade limitar as alterações ambientais que causamos ao longo de séculos. Uma das frentes que mais cresce em volume de ações e investimento é o combate às mudanças climáticas, em especial o mercado de crédito de carbono.
Afinal, o que é um crédito de carbono?
Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de gás carbônico (CO2). Cada vez que essa quantidade de gás deixa de ser emitida ou é reduzida da atmosfera através de projetos e cálculos específicos, pode ser convertida em um crédito de carbono. Esses créditos podem ser comercializados e representam uma quantidade de gás de efeito estufa que não foi lançado no ar.
Há dois tipos de mercado de carbono, nos quais esses créditos podem ser comercializados:
- Mercado regulado: governos nacionais ou locais determinam cotas específicas de emissão de gás carbônico para setores específicos, como já ocorre nos EUA, Canadá, Europa e alguns países da América Latina. Cada cidade, empresa tem um objetivo de redução de emissão desses gases. Quando a meta não é atingida e uma quantidade superior ao permitido é lançada, a organização é obrigada a compensar essas emissões adicionais ou mesmo zerar através de créditos de carbono (emissões evitadas). O mercado está em expansão e movimentou mais de 45 bilhões de dólares somente no ano de 2019.
- Mercado voluntário: já no mercado voluntário, as empresas e governos não possuem metas ou obrigações de redução de emissões de CO2, mas fazem isso de forma espontânea. Apesar do Brasil fazer parte do mercado voluntário, movimenta grandes quantidades de créditos e milhões de dólares em projetos, seja para empresas internacionais ou para grandes empresas do país, que cobram um posicionamento mais agressivo nas metas de redução de CO2 e na adoção de um mercado regulado.
Enquanto a regulamentação do mercado no Brasil não ocorre, a Floresta Amazônica começa a se consolidar como o maior potencial mundial para a geração desses créditos de carbono. Isso é possível através de projetos de Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Ambiental (REDD+), nos quais grandes áreas de floresta são conservadas e mantém o carbono estocado em forma de troncos, folhas e raízes ou mesmo de projetos de reflorestamento, que sequestram o gás carbônico ao mesmo tempo que as plantas crescem.
O Brasil possui uma meta assinada no Acordo de Paris, em 2015, de recuperar 12 milhões de hectares de florestas degradadas, o equivalente a uma área com a metade do tamanho do estado de São Paulo. Temos a oportunidade de recuperar milhões de hectares de pastagens degradadas e florestas derrubadas, absorvendo carbono com o crescimento das árvores e trazendo bilhões de dólares para nosso país, com grande potencial para se tornar destaque mundial do mercado de carbono.
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