Crescimento econômico x desenvolvimento sustentável - como alinhar as duas agendas
24 / 05 / 2023 Fique por DentroOs recursos naturais, mesmo os que são renováveis, não conseguem suprir a demanda da população mundial de forma igualitária, há povos com muitos recursos e outros carentes deles. Um dos maiores desafios da economia mundial nas últimas décadas é o crescimento econômico aliado a uma forma sustentável de desenvolvimento, respeitando a limitação dos recursos naturais e minimizando os impactos ambientais.
As discussões e preocupações sobre o tema que no ano de 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU), convocou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, que discutia em linhas iniciais o desenvolvimento humano atrelado às questões ambientais. A agenda ganhou força e em 1983 foi criado a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento que cunhou o termo Desenvolvimento Sustentável como a capacidade da atual geração atender às suas necessidades sem comprometer as necessidades das gerações futuras.
Ao longo das décadas o tema ganhou relevância e novos formas de entendimento e parâmetros a serem seguidos, em 2015 na cidade de Nova Iorque aconteceu a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável, no qual os países integrantes da ONU estabeleceram os Novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conhecida como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com 17 objetivos e 169 metas em áreas importantes como crescimento econômico sustentável.
Mas como podemos mensurar as duas agendas: crescimento econômico e desenvolvimento sustentável?
O tema é tratado no artigo 225 da constituição federal de 1988, que diz que todo o cidadão tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Mas essa é uma realidade um pouco distante de nossos olhos, atualmente o padrão de consumo de todos os habitantes do planeta exige 1,75 planetas terra para atender nossa demanda de recursos naturais como alimentos, madeira, água e outros recursos naturais. Conforme levantamento das ONGs Global Footprint Network e WWF, que todo o ano divulgam o valor da pegada ecológica do planeta, estamos no débito com a capacidade de renovação do planeta a partir do dia 27 de julho.
Notamos uma dificuldade de conciliar as duas agendas de crescimento econômico e desenvolvimento sustentável em nosso próprio país. Seguidos casos de desmatamento na floresta amazônica, queimadas no pantanal e nossa mata atlântica reduzida a apenas 7% da sua cobertura florestal original são alguns exemplos de como o desenvolvimento econômico não está atrelado ao sustentável.
A melhor forma de conseguirmos alcançar o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico satisfatório é investindo em educação ambiental, mas não apenas das crianças nas escolas, da população em geral, nas empresas que trabalham, nos locais de lazer, nas universidades, na agricultura, indústria e serviços. Educar as pessoas para que tenham uma sensação de pertencimento ao meio ambiente, com as causas ambientais e formação de um cidadão mais consciente de suas responsabilidades, deveres e como o nosso padrão de consumo tem efeitos na economia e meio ambiente.
A conscientização através de um processo robusto e contínuo de educação ambiental forma uma consciência ambiental crítica em todas as faixas etárias da população e que passam a reconhecer e valorizar a preservação do meio ambiente atrelada ao desenvolvimento sustentável e ao crescimento econômico equilibrado.
Fontes de pesquisa:
https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-o-desenvolvimento-sustent%C3%A1vel
https://www.internacional.df.gov.br/agenda-2030-objetivos-do-desenvolvimento-sustentavel/
https://periodicos.ufba.br/index.php/revnexeco/article/view/33701
https://www.youtube.com/watch?v=dQ2SvIBcvG4
https://ods.fapesp.br/inovacao-na-industria-e-essencial-para-o-crescimento-economico-do-brasil/7764